terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Briga boba

Esses dias vingou na blogosfera um quebra-pau sobre feminismo, machismo, e afins. O curioso é que não foi uma briga com os blogues conservadores ou de direita, mas sim entre blogues considerados de esquerda (ou, pelo menos, alinhados com Dilma na eleição do segundo turno, o que não significa necessariamente ser de esquerda, bem sei).
Não vou me furtar a opinar sobre isso, já que os principais protagonistas do debate foram dois blogueiros que muito estimo, e que continuo estimando, em que pesem seus erros, ou mesmo minhas discordâncias em relação ao que pensam.
Nassif não levou muito a sério a grita das feministas contra o tratamento dado a uma postagem que ele tirou da caixa de comentários. Errou nisso, desculpou-se. Mas errou de novo ao tentar procurar motivações extrainternéticas, digamos assim, para o investimento de agressividade que recebeu. Nada indesculpável, nada imperdoável, nada absurdo. Coisa que se corrige assim: ô Nassif, o que você escreveu não é bem isso, reveja tal e tal coisa.
Idelber respondeu com argumentação consistente e correta ao que Nassif postou, mas creio que, nesse caso, errou na dose, também. O texto escrito por Idelber, que refletia o mal-estar de muitos blogueiros e leitores mais sensíveis às causas do feminismo, tem um tom agressivo demais, na minha opinião, atacando inclusive o grupo/conceito dos "blogueiros progressistas". Ora, eu participei do encontro no Barão de Itararé. O grupo é extremamente heterogêneo. Tem de tudo, de todo o tipo de leitor e escritor. Tem pessoas que não subscrevem as posições do Nassif, como tem pessoas que não subscrevem as posições do Idelber, do Rodrigo Vianna, do Azenha, do PHA. E, a bem da verdade, vários desses participantes já haviam se insurgido, no próprio encontro, contra a designação "progressistas", até que o Miro, na elaboração do documento final, disse, e eu concordei, que o mais importante, naquele momento, não era o nome, mas fechar pautas comuns. Veja só como são as coisas, tinha até um papel para sugerir palestrantes para o próximo encontro, e eu sugeri... o Idelber!
Mas acho que isso resolvia assim: ô, Idelber, venha numa reunião dos progressistas, a gente até muda o nome, mas venha ver que a gente não morde, não, e que você poderia estar tranquilamente por aqui. E com o Nassif, resolveria assim: ô Idelber, porra, eu não sei muito qual é a tua, vamos bater um papo no MSN para ver se a gente se entende?
Pronto, resolvia.

No fim, acho que as pessoas levam a blogosfera a sério demais, e suas próprias posições a sério demais. O Nassif não se limita aos erros que de vez em quando comete. O Idelber não se limita à sua contraposição ao Nassif. São pessoas, são vaidades, são histórias, são experiências de mundo interessantes. COntinuarei lendo os dois.

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